sábado, 21 de maio de 2011

Capítulo 8 - "Uma opinião"

Madalena sentou-se na cadeira, e pôs-se a beber chá com a sua mãe.

- Filha já pensas-te que tens uma filha... e que tens de tomar conta dela.
-Claro que já! Eu penso nisso todos os dias!  -Faz-se silêncio - eu queria tanto que ele estivesse cá...
- Mas tu tens de superar isso! Já lá vai muito tempo...
- Mas ... -diz entre soluços
- Mas tu tens de seguir em frente!
- Mas custa....
- Custa, mas passa. - colocando a mão por cima da mão da filha. - Queres que te diga uma coisa... eu acho que tu devias mudar de casa.

Madalena retirou a mão por debaixo da da mãe, levantou-se. Ao associar aquilo que ela tinha acabado de dizer, estoirou e disse:
- O quê?  - Batendo com a caneca na mesa. - Nem penses nisso! Eu não vou deixar esta casa. 
Não vou deixar que a minha filha vá para um sítio onde tem de fazer novas amizades.
Não vou deixar que ela deixe as pessoas de quem mais ame só porque eu decido mudar de casa, visto que não consigo parar de pensar como estará a pessoa que amo! ... Eu não vou deixar que ela sofra como eu sofri!


Quando acabou de dizer isto, dirigiu-se para o seu quarto.
Cristina tenta falar com ela, mas Madalena diz-lhe para se ir embora.
Assim que a sua mãe se foi embora, Madalena, vestiu a camisa de dormir, acendeu a luz da mesinha de cabeceira e sentou-se na cama por baixo dos lençóis.
Ela só conseguia pensar, ou melhor, só conseguia fazer perguntas. Mas não havia nenhuma para qual ela arranja-se uma resposta simples.

Capítulo 7 - "Sentimento forte"

No final da festa, Flávia foi ver televisão para a sala, enquanto Madalena e Cristina limpavam a loiça do jantar.

- Então filha, que tens? -pergunta Cristina
- Nada, porquê?
- Eu sei que tu consegues. Tu és um mulher forte.
- Mãe pare com isso. Fogo!... Já basta ter que me mentalizar todas as noites que ele não está comigo....
- Já pensas-te em que ele pode não voltar? Afinal já lá vão 10 anos e ele só te enviou uma carta!
- Mãe pare! ....  Suplico-lhe - Com lágrimas nos olhos - Dói-me muito não saber como ele esta, onde ele está,... o que está a fazer ....  - Desata a chorar.

Cristina abraça Madalena, pondo a cabeça dela no seu peito, e à medida que ia passando com a sua mão na cabeça dizia:
- Calma filha.... eu estou aqui, como sempre estive.

Depois de Madalena ter-se acalmado, foi deitar Flávia.
E no regresso à cozinha sentou-se num banco, ao lado de Cristina que bebia chá, oferecendo-lhe.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Capítulo 6 - "Décimo aniversário"

O tempo passa a correr, as crianças crescem, e Flávia já fazia 10 anos. Ía ser o seu primeiro aniversário fora de casa, e ela estava ansiosa.
Finalmente tinha chegado o resto dos colegas. Eram uns 12, ou seja, com a mãe da Flávia , a avó e mais uns adultos, ao tudo eram 17 pessoas.
As crianças brincavam nos colchões que haviam no interior da telepizza, os adultos, preparavam a mesa, pois já estava na hora de cantar os parabéns.
Flávia, sentou-se numa cadeira em frente do bolo, pronta para quando estivesse de apagar as velas, mas algo lhe faltava...

- Márcia!! -grita
- Estou aqui! - diz ela indo na direcção da sua amiga.
- Anda aqui para o meu lado.

Márcia assim o fez.
Quando começaram a cantar os Parabéns, Flávia agarrou a mão de Márcia. E quando a música terminou, como telepatia, assopraram as duas ao mesmo tempo. Nenhuma foi depois da outra. Foi ao mesmo tempo!
Madalena só tirava fotos e pensava no que iria escrever ao lado de cada foto quando as colasse no álbum, que iria entregar ao marido, para quando ele chegasse, pudessem viver aqueles momentos juntos. O tempo passava... a saudade aumentava... e a esperança....


Capítulo 5 - "Amiga Real"

Já tinha passado o Natal, e já era Fevereiro.
Flávia tinha 5 anos e já tinha feito muitas amizades.
Tornou-se amiga de uma rapariga chamada Márcia. Estavam sempre juntas. Sentavam-se ao pé uma da outra, quando era hora de ouvir uma história; dançavam juntas e quando era para lanchar, muita das vezes trocavam-o, sem as mães saberem.
Flávia chamava-lhe "Amiga Real", pois amiga já ela chamava ás suas bonecas.
Madalena ficava contente pelo desenvolvimento da sua filha ser bom, apesar de não ter o pai por perto, ela tinha-se adaptado muito bem ao clima da escola.