quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Capitulo 18 - "Encaixamento"

[Flávia]
Aquele suspense todo estava a criar um cubo de gelo no meu estomâgo. Causava formigueiro e ansiedade que foi quebrada quando ela disse as tais palavras: "Boxe".
Fiquei sem reacção durante uns segundos. Fiquei surpresa por ela se ter lembrado de tal coisa, que no fundo até batia certo.
- Bem - digo insegura
- Não achas boa ideia? - pergunta-me preocupada da minha reacção estar a ser tão demorada.
- Não... quer dizer sim. Só não me tinha lembrado de tal ... 
- Eu acho que te iria fazer bem
- Pois... posso tentar.
- Vais ver que vais gostar - diz com muita convicção o que me fez desconfiar
- Como tens tanta a certeza? -
- Afinal queres-te defender certo? 
- Pois realmente quero.
- Então prontos. Há dês gostar. - diz outra vez com muita convicção o que me obrigou a dizer aquilo que me passava pela cabeça.
- E foi o director que te lembrou? - Ela olhou-me uns segundos, e só depois é que respondeu atrapalhada.
- O director? por amor de deus.  Foi a tua rica mãe que se lembrou.
- Então o que ele te disse para ficares tão preocupada? - aproveitei a situação para tentar descobrir algo daquela conversa.
- Nada... -faz uma pausa e baixa a cabeça parecendo triste-  Sabes é que a tua mãe precepita-se. - deixando-me baralhada. Afinal o que é que o seu precepitar tinha a ver com a conversa do director?
- Precepitas-te? não estou a perceber...
- Esquece. Coisas de adultos. - mal pronunciou essa ultima frase, desisti. Ela quando vem com o rodeio que são coisas de adultos, dá-me cá uma comichão no meu nariz... Enfim. Não insisti mais e despedi-me dela.
- Ok. Então boa noite.
- Boa noite


E quando já estava na porta da sala ela chama-me.
- Flávia - viro-me para ela. - Dorme bem.
- Ok. tu também. - sorrindo, apesar de aquelas palavras não parecerem ser as que ela ia dizer, mas também não quis insistir muito e dirigi-me par ao meu quarto. Quando lá cheguei verifiquei que o meu telemóvel vibrava em cima da mesinha de cabeceira e quando me aproximava vi no ecrã 2 mensagens recebidas e claro eram da Márcia.


De: M.A. Crazy^^
Olá minha beztezinha, tudo bem? E o dia de hoje curtis-te? Ó diz lá que aquele sítio não era um espanto *-* . Até parecia um sonho ... Ninguém pode saber do nosso "esconderijo" . Diz novidades beijocas.


De: M.A. Crazy^^
Desculpa lá estar-te a mélgar outra vez com esta mensagem mas e a tua mãe? conseguis-te saber alguma coisa do que se passou naquelas paredes? Vá beijoca depois diz algo de preferência ainda hoje, senão morro de curiosidade ;p


Aquela Márcia nunca muda. Mas claro tinha de lhe contar a grande ideia da minha mãe que pelo o que ela disse a ideia era só dela.


De: Bestezinha dmv
Olé minha Crazy, tenho uma novidade para te contar. Eu nem quis acreditar, a minha mãe vai-me inscrever no boxe. Quando ela me contou até fiquei parva mas deve ser fixe, acho eu. Eu queria era que tu viesses comigo às inscrições. Em relação ao quarto claro que gostei ;) , já em relação da conversa da minha mãe e do Director nada. Zero nicles batatóiques. Enfim até amanhã, às 7.50 no café para depois irmos para a escola ... só mais 2 dias Crazy ;D   Beijo


Assim que respondi, vesti o pijama e deitei-me por baixo dos meus lençóis pensando que as aulas já estavam quase acabar e o Natal aproximava-se.

sábado, 3 de setembro de 2011

Capitulo 17 - "Mistério [3ªpart.]

Depois de ter havido aquele fenómeno tudo, e alguns segundos de silêncio, mãe e filha continuavam a olhar uma para a outra.
- Bem - tentando quebrar o silêncio - Parece que a conversa vai ser grande.
- Pois talvez... - diz pensando noutros assuntos
- Então vamos para o meu quarto. - abrindo a porta
- E porquê no teu?- Pergunta Márcia logo de seguida, travando o movimento de Madalena.
- E porque não pode ser ? - olhando para a filha.
- E no meu? pode? - diz mais uma vez de seguida, deixando a mãe sem reacção.
Faz-se silêncio.

- Ó Filha - pondo a mão na cabeça pela conversa parva que estavam a ter. - É melhor irmos para a sala.
- Pois secalhar é melhor. - respondendo sempre de seguida, sem deixar um segundo que fosse de intervalo entre as falas das duas.
- Então ... - dizendo a palavra muito lentamente, como se esperasse alguma coisa.
- O quê? - diz Márcia sem se perceber o porquê daquele teatro todo.
- Anda rapariga. - Apontando com o dedo polegar para a porta da sala.
-- percebendo. - Estou a ir. - caminhando até à porta.

Flávia não estava bem disposta pois não queria que a mãe ralhasse com ela por não lhe ter dito nada sobre o que se tinha passado, pois Madalena não gostava de ser a última a saber das coisas.
Entraram na sal e Flávia sentou-se no sofá de 3 lugares, fazendo com que Madalena se senta ao seu lado. Fez-se silêncio durante um tempo até que Madalena decidiu quebrá-lo.
- Bem começo eu. - informando
- Ok .
- Então, eu queria perguntar-te ...
- Mas olha - interrompendo-a - Não me perguntes da situação. Como se passou e porquê não ter te dito nada. - Madalena ouvi-a. - Tive medo. - faz pausa para respirar fundo. - Era tudo novo e sentia-me revoltada pelo facto de já não estar com a Márcia. Não te sei explicar. Tive medo do que ela podia-me fazer, e eu não quero voltar a sentir o que senti. Não quero ser defendida nem protegida. - olha para a mãe.- Quero proteger-me e defender-me.
Madalena ao ouvir tais palavras de Flávia, não sabia o que havia de fazer. Ficou momentos a olhar para a filha e quando entrou em si, conseguiu concluir...


[Madalena]
Nem queria acreditar. Era impossível, tão impossível que eu nem tinha palavras. a maneira de como me contou o que sentiu soube-me bem, não pelo que lhe tinha acontecido mas sim de me ter contado como se fossemos amigas, e não de mãe para filha. Nunca pensei que viesse a falar tão abertamente com ela, pelos vistos consegui aquilo que eu nunca pensei que viesse acontecer.


- Queres-te defender?- perguntei-lhe para ter a certeza de que era mesmo aquilo que ela queria.
- Sim mãe quero! - diz com os olhos arregalados e com um sorriso indiscreto estampado no rosto. - Não quero sentir o que senti... foi horrível. - baixando a cabeça, o que me destronou o coração. Até que me lembrei da ideia que eu tinha tido e que batia certo com aquilo que ela queria.
- Se te queres defender - coloquei a minha mão no seu queixo que continha um sinal lindo fazendo com que levantasse a cabeça. - Tenho a solução. - fazendo com que ela soltasse um sorriso, desta vez bem visível no seu rosto.
- Agora parecias aquelas na publicidade.- Soltando uma ligeira gargalhada.
- Pois mas não. E não falo de comprimidos... - Cortei essa hipótese, só para lhe por mais curiosidade
- Ginásio? - Deu outra sugestão.
- Não. -neguei sorrindo.- Não fica muito longe dessa hipótese. Mas não, não é. - acenei com a cabeça negativamente.
- Então mãe o que é? - endireitando o corpo e o rosto, com que fez que os seus lindos olhos sobressaíssem. Não consegui resistir e quebrei o mistério.
- Boxe. - fiz pausa. - Vou te inscrever no boxe.