terça-feira, 21 de agosto de 2012

Capítulo 20 - " De novo lá"


[Flávia]

Tinha uma coisa má. Era levantar cedo para ir à escola aturar a stora de inglês. Infelizmente eu e o Inglês não somos como unha e carne. Não é que seja ruim, lá me vou safando, mas verdade seja dita, aquela stora não me dá nem um desconto. E tinha uma coisa boa. Era só ser mais dois dias e Férias de Natal. Ainda não sabia o que iria fazer, desde que passasse as férias ao pé da Márcia, podia ser em qualquer sítio, até que fosse na China.
Infelizmente, tinha de parar com os meus pensamentos pois tinha recebido uma mensagem da Márcia.


De: M.A Crazy ^^
Ó parvinha demoras muito, daqui a pouco crio raízes!


Como sempre, ela esperava sempre por mim. Não sei porquê, mas eu é chegava sempre atrasada ao sitio onde nos encontrávamos para ir juntas para a escola. 
Como sempre eu tentava andar rápido, mas o frio parecia que me congelava os músculos fazendo que andasse tão devagar que só pensei vir a andar assim quando fosse mais idosa. Infelizmente, tinha acontecido mais cedo.
Como estava quase perto do café resolvi não lhe responder para não fazer força nos dedos, e tentar ignorar o facto de estes também estarem congelados, o que fazia que tivesse dificuldades em movimentá-los.


- Até que enfim! - Diz ela alto e bom som erguendo as mãos ao céu.
- Bom dia!- relembrei-a.
- Pois, Bom dia para ti! Fizeste-me esperar aqui, e ainda para mais nem respondes-te.- Eu simplesmente me ria. - Não acho piada.- não achando piada nenhuma à maneira que lhe retribuia.
- A minha mãe adormeceu no sofá.- justifico-me passado algum tempo de silêncio.
- A sério? Mas porquê? - diz estranhando.
- É que não faço a menor ideia. Há mas hoje é o dia em que vamos às incrições... vens comigo? - fazendo-lhe olhinhos, de maneira que ela caísse no meu dominável olhar.
- Ai, tu não me faças essa cara! - desviando os olhos da minha cara. - Mas sim vou.
- Resulta sempre. - Rindo-me
- Mas não é por causa da tua cara... - e a sua voz torna-se meiguinha - fofinha, e doçura que parece um gatinho - voltando ao tom de voz normal-  é só porque estou em curiosidade em saber como é o teu sítio.
- Bem é um clube.
- Clube? A sério? Quer dizer que há mais coisas sem ser o boxe?
- Parece que sim.
- Interessante.... Mas sim eu vou contigo. Só que tens de esperar por mim no portão da escola, já sabes que eu só saiu as 18.30.
- Ok, se não tiver no portão estarei no bloco, sempre está mais quentinho. - fazendo-lhe uma careta.
- Tu realmente és muito friorenta, não haja dúvida. - abanando a cabeça , como se fosse impossível.


A verdade é que eu sou muito friorenta, e para levantar-me da minha adorável cama é uma tortura.
Ao menos este dia seria diferente e como é óbvio eu estava entusiasmada para entrar no boxe, mas antes tinha de ter algumas aulas e apanhar uma grande seca à espera da Márcia.


As aulas forma passando devagarinho, mas ainda mais devagar passou o tempo que eu tive de estar à espera da Márcia no bloco, para podermos ir juntas para casa.
- Já aqui estou. – Vejo ela a aproximar-se.
- Bem, demoras-te tanto que a minha mãe vêem-nos buscar.
- Fixe! Assim podemos ir aquele nosso sítio. – Diz baixinho.
- Mas que sítio?
- O da outra vez? Lembras-te?
- Há, já sei. Mas queres ir lá fazer o quê?
- Tentando que não apanhes aqui outra seca. – Bem, até era uma boa justificação. Afinal também era só ir lá ver. Passamos novamente pelo corredor e ao fundo lá estava a famosa porta do Diretor. Eu já nem me lembrava onde estava a “porta secreta” mas a Márcia deu logo com ela e rodou a maçaneta. Primeiro entrou ela e eu fui logo atrás.

Fechei a porta e quando olho para ela já tinha acendido a luz de um candeeiro de mesinha de cabeceira, e já se encontrava no colchão de água toda feliz.
- Anda para aqui também. – Diz à medida que saltava.
- Não sei.- Digo indecisa.
- Anda a sério! Só somos nós.
- Está bem! – E foi a correr, saltando logo para cima dela.
- Olha se arrebentamos com isto. – Rimo-nos à gargalhada.
- Isto é mesmo giro. – Declaro, depois de já estarmos mais calmas limitando-nos a olhar para o teto azul com desenhos de estrelas e uma lua; depois num canto tinha o Sol com nuvens, e estas tinham formas como nos parece ser na rua.
- Olha lá este ser o nosso quarto?
- Realmente, isto está muito bem feito. – Nisto sinto o meu telemóvel a vibrar no bolso do casaco. Era a minha mãe a telefonar-me.

- Então quem era? – Pergunta-me a Márcia depois de ter desligado a chamada.
- Era a minha mãe. Ela está à nossa espera ao pé do portão, de carrinho. – Digo feliz.
- Então bora. – Pegamos nas nossas coisas e assim que eu ia para rodar a maçaneta, senti que também alguém estava a rodar da parte de fora, e dei um passo para trás. Fiz sinal à Márcia e como já não havia tempo de ir pelo outro porta, ficámos a olhar com curiosidade para saber se a pessoa que iria entrar seria o dono daquele misterioso quarto.