segunda-feira, 20 de junho de 2011

Capitulo 11 - "Preocupação e a razão"

Flávia gostou desse dia com a mãe. Mas só de pensar que tinha de ir para a escola não lhe agradava nada.
Ela andava triste pois cada vez menos gostava da sua turma. Só o facto de não ter lá a Márcia, piorava as coisas.
A mãe preocupava-se pois reparava que ela sentia-se insegura na turma, mas pensava que ia passar, afinal ainda era os primeiros meses.
Todos os dias Flávia chegava a casa, e ía direitinha para o quarto, e Madalena quando lá entrava para saber como tinha corrido a escola, ela dizia sempre "Uma seca" ou mantinha-se calada.

Era a última semana antes das férias do Natal, e Flávia dirigia-se sozinha para a escola pelo caminho mais perto.
- Hey, miúda - diz um rapaz negro, calças largas ao fundo do rabo, cuja cara ela conhecia de vista.
- Sim - diz um pouco assustada, mas tentando não demonstrá-lo.
- Tens dinheiro?
- Não.
- De certeza? - aproximando-se dela. E o número de passos que ele dava para chegar a ela, era os mesmos que ela dava para se desviar, mantendo sempre a mesma distância.
- Sim - preparando-se para correr
- Não tens nada para me dar? - revirando os olhos, como estivesse possuído e esticando a mão para lhe tocar na cara.
Flávia empurra-lhe o braço e começa a correr em direcção ao portão da escola, chegando assustada, sem folgo e pensando que ele a podia a encontrar a outra vez. 
Nesse momento tinha concluído que sempre pelo caminho mais longo. 

Na escola, havia uma rapariga chamada Rute, que se metia com os mais novos, e infelizmente para a Flávia, foi mais uma das suas vítimas. Mas desta vez, Rute exagerava.
- Trouxes-te o teu lanche - perguntava-lhe
- Sim... Está aqui - tirando da mala sandes ou bolos e ás vezes sumo.
- Linda menina. 

E assim era. Todos os dias atrás da escola, num lugar onde não passava muitos alunos, pois era um sítio que todos sabiam que podiam encontrar algo que mais tarde poderiam se vir arrepender de ter passado por lá.
Se a Flávia não levasse algo para lhe dar, nunca se saberia o que a Rute lhe podia fazer.



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